quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Desenvolvimento Segundo Piaget

Acredito que o professor é um facilitador no processo de aprendizagem por isso pergunto, instigo e faço com que investigue a medida que vão surgindo as novas situações. Conforme Piaget a criança aprende em ação com o objeto e essa ação é constante, levando o ao desenvolvimento total. Pensando isso Piaget nos leva a ter um comprometimento com o aluno, ou seja, educar para a autonomia.

As crianças têm um bom relacionamento. Sua interação se dá de forma a desenvolver a autonomia, temos algumas dificuldades, pois nem tudo é perfeito. Porém ao me deparar com o pensamento de Piaget que a moralidade pode se dar de duas formas uma permeada pela coação adulta, onde a forma de respeito unilateral e outra onde predomina a cooperação, a reciprocidade e o respeito mútuo, procuro realizar as atividades de maneira mais participativa possível. As intervenções dos alunos para o desenvolvimento nas interrelações são sempre bem vindas e aproveitadas para o crescimento do grupo.

Conhecer as fases do desenvolvimento segundo Piaget facilita a ação pedagógica, pois nos coloca diante do processo pelo qual a criança faz a assimilação, quando ela interpreta uma situação nova, e acomodação, reconhecimento de uma informação através daquela já construída reelaborando-a formando assim o pensamento formal e socializado desenvolvendo-se também moralmente até tornar-se autônomo.

Jean Piaget divide o desenvolvimento em quatro estádios: Estádio sensório- motor (0 - 18/24 meses), Estádio Pré-operatório (2 - 7 anos), Estádio das operações concretas (7 - 12 anos), Estádio das operações formais (11/12 anos em diante).

No estádio sensório-motor atividade cognitiva baseia-se principalmente na experiência imediata na interação com o meio, na ausência de linguagem para verbalizar as experiências e assim recordar as idéias. As crianças têm limitações vêem e sentem o que está acontecendo, mas não conseguem verbalizar. No estádio pré-operatório também chamado de pensamento intuitivo a criança não consegue efetuar operações, porém já usa a inteligência e os pensamentos. Nesse período acontece o jogo simbólico as crianças jogam o jogo de faz de conta, vão as escolinhas, brincam com lego e desenham. Tem a linguagem egocêntrica, já ocorre ai a assimilação. Para Piaget é no estádio das operações concretas que se reorganizam verdadeiramente os pensamentos. As crianças vêem o mundo com realismo não confundem mais o real com a fantasia, realiza operações, mas precisa da realidade concreta para efetuar operações. No estádio das operações formais a criança realiza raciocínios abstratos não necessitando do contato com a realidade. Deixa o concreto para passar para representações abstratas entrando no processo do desenvolvimento de sua identidade. Nesse período ela poderá estar confusa em relação ao que é certo e ao que é errado. Já expõe seus pensamentos.

Conhecendo os pensamentos de Piaget em relação à aprendizagem nos professores conseguimos atuar em nossa sala de aula com segurança e tranqüilidade, pois não só estaríamos respeitando o desenvolvimento das crianças como também educando para tornarem-se autônomos e apropriarem-se de seu saber.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

A história de Peter

O documentário mostra a realidade de Peter, portador de necessidades educacionais especiais.

Peter enfrenta o desafio de enfrentar uma escola de inclusão onde passa por todo um processo de adaptação. Seu momento inicial é bastante difícil, pois além de ter que adaptar-se a escola, que é um mundo novo para ele precisa também conviver com colegas e professor.

Ao chegar à escola Peter tem crises de agressividade com os colegas e com a professora. Não podia ser contrariado e não aceitava pequenas regras de convivência. Foi difícil a aceitação também por parte do grupo com o qual Peter convivia, pois embora compreensivos, os colegas, precisavam ter paciência com um ser tão diferente deles mesmos. Eram crianças e também precisavam de atenção. Não entendiam a princípio o que acontecia na sala de aula. A agressividade de Peter era algo que eles precisavam lidar e com a ajuda da professora, papel fundamental em toda a situação, as coisas começaram a se acomodar.

Para a professora começar a lidar com as diversidades, que a tarefa impunha, não foi nada fácil. Sorte dela foi o ambiente estar adaptado para receber Peter. Nota-se aí a importância de todo o sistema estar adaptado para que a inclusão ocorra. Sem a ajuda deste sistema educacional não seria possível à professora lidar com a situação. Notam-se, no filme, tudo o que a escola oferece a seus alunos: aulas de música, pátio amplo, sala bem estruturada e bem provida de materiais, professor extremamente habilitado para lidar com desafios e penso que também um bom salário

Com o passar do tempo Peter deixou de ser novidade e a interação entre os alunos começou a se dar de forma mais natural.

A sorte de Peter foi ter nascido em uma família bem estruturada que soube lutar pelos direitos de Peter e de fazer boas escolhas para ele.

E na nossa realidade, poucas famílias professores e escolas sabem dos direitos dos portadores de necessidades educacionais especiais. É comum no nosso meio estas crianças ficarem escondidos em casa e sem oportunidades de se realizarem plenamente dentro de uma sociedade que respeite as suas limitações e que oportunize o seu desenvolvimento.

Atividade de recuperação do Fórum

O grande problema que envolve a inclusão é a falta de preparo que encontramos nas escolas e nos profissionais que irão trabalhar com os alunos portadores de necessidades especiais.

A escola até pode se preparar fisicamente para receber alunos portadores de deficiência física, pois é mais fácil preparar o espaço para recebê-lo do que realmente incluí-los. No que toca a outros tipos de inclusão a coisa se torna muito mais complicada.

O professor não conhece teorias e tampouco tem tempo para estudá-las. Não conhece as leis de inclusão e nem a escola e nem o governo proporciona tempo de estudos e reflexões sobre o assunto.

Paulo Freire já diz que:

“O grande problema do educador não é discutir se a educação pode ou não pode, mas é discutir onde pode como pode e com quem pode, quando pode. É reconhecer os limites que sua prática impõe. É perceber que o seu trabalho não é individual, é social e se dá na prática social e que ele faz parte. É reconhecer que a educação não sendo a chave, a alavanca da transformação social, como tanto vem se afirmando, é, porém, indispensável à transformação social.”

Para que efetivamente ocorra a verdadeira inclusão tanto a escola, quanto professores, bem como toda a comunidade escolar devem estar realmente empenhados para que ela de fato aconteça.

Existem alunos em que a deficiência é percebida no primeiro instante, como ocorre com alunos cadeirantes e com alguma síndrome. O fato de percebermos que os alunos possuem alguma deficiência não quer dizer que estejamos preparados para lidar com a situação, mas é muito mais fácil lidar com alunos portadores de deficiência física do que os portadores de deficiência mental. Pois quando a deficiência é mental não temos ajuda especializada para orientar e facilitar nosso trabalho e, com certeza, ficamos somente nós professores e nossos alunos à deriva de todas as dificuldades que surgem.

O “verdadeiro professor” é um construtor de “tendas”, pois com sua dedicação e com toda a falta de suporte que o rodeia, existe nele, algo que o diferencia, a sua atuação sempre estabelece o vínculo afetivo e este vínculo o fará buscar a teoria necessária que facilite a sua prática em prol de uma melhor educação para seu aluno. O verdadeiro professor não espera, ele faz acontecer.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

A Educação em Kant e Adorno

RECUPERAÇÃO

INTERDISCIPLINA FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO


Kant afirma que o homem é o único animal que precisa ser educado, e o conceito de educação em Kant representa o cuidado, a disciplina e a instrução.

O cuidado são as preocupações que os responsáveis devem ter para que as crianças não usem a sua força de maneira nociva.

A disciplina transforma a animalidade em humanidade, dá ao homem a capacidade da razão e, é esta, que o diferenciará dos outros animais. A disciplina impedirá o homem de desviar-se da sua humanidade e o fará seguir leis, não mais leis naturais e instintivas, mas leis racionais que o farão respeitar o próximo e a viver em sociedade. Mas isso deverá ser feito muito cedo, e aí entra a escola, pois se a disciplina for dada ao homem muito tarde ele já terá sido inclinado à liberdade dos instintos e seguirá uma vida de selvageria.

Para Kant uma geração educa a outra. Pais bem orientados com certeza educarão melhor seus filhos.

Será?

Não é isto que estamos vendo hoje. Não estamos vendo os homens, em sua maioria, voltados para o bem. Estamos vendo uma geração após outra perdida, sem norte para educar a próxima geração.

Diz Kant:

“A educação, portanto, é o maior e mais árduo problema que pode ser proposto aos homens. De fato, os conhecimentos dependem da educação e esta, por sua vez, depende daqueles. Por isso a educação não poderia dar um passo à frente a não ser pouco a pouco, e somente pode surgir um conceito da arte de educar na medida em que cada geração transmite suas experiências e seus conhecimentos à geração seguinte, a qual lhes acrescenta algo de seu e os transmite à geração que lhe segue.”

O que estamos transmitindo à nossa geração?

O que estamos ensinando?

Será que estamos somente ensinando a Liberdade (e de forma muito errada)?

Os pais muito cedo permitem aos seus filhos escolherem. Passam para a criança desde a mais tenra idade a escolha das mais variadas coisas: o que vestir, o que comer, o que quer de presente seja de aniversário, Natal...

Penso que erramos aqui! A dar liberdade de escolhas a quem não tem ainda a capacidade de decidir. Uma criança deve vestir o que seu responsável acha certo, deve comer o que a família tem para oferecer em sua mesa!

E este direito à liberdade de escolha os pais querem que os filhos a use também na escola: escolhendo quem será o professor, escolhendo onde quer sentar na sala de aula...

Estamos dando uma responsabilidade muito grande a quem não tem capacidade de gerir e isto com certeza traz resultados não benéficos para a sociedade como um todo.

Os problemas surgem, pois os pais temem em assumir a educação de seus filhos e perdem a autoridade. E essa perda de autoridade dos pais em favor da autonomia da autoridade a quem não é capaz de gerenciá-la, é em Adorno uma das condições favoráveis para a perda do vínculo social. O vinculo social é o que mantém as relações entre os indivíduos.

O vínculo social faz que o homem olhe o outro em termos de igualdade. Mas na atual sociedade, onde os meios de comunicação em massa fazem efeito negativo sobre as personalidades o problema se cria: a banalização da violência, o descaso com o outro, a individualização da sociedade, os consumismos exagerado das novas tecnologias. Adorno chama a isto de “fetichismo da técnica”, que consiste numa idolatria por coisas, máquinas, em si mesmas.

Este fetichismo da técnica cria uma relação do homem com ela que contém algo de “exagerado, irracional, patogênico”.

Adorno, explica isso como uma incapacidade de amar. E essa incapacidade atinge a toda a sociedade.

Segundo Adorno, o papel da educação é evitar o retorno da barbárie. Esta é a forma como a educação pode cumprir com o seu papel, evitar o retorno da barbárie, o que, segundo ele, é uma questão decisiva para a sobrevivência da humanidade.

O fato é que o sistema familiar e escolar, como meios individuais, não basta para modificar esta realidade. Os pais por falta de opção de lazer ou mesmo por falta de tempo permitem que seus filhos passem muito tempo frente à televisão e ao computador.

A escola para não se tornar alienada permite e reforça a importância da televisão, não discute de forma crítica o seu uso, não polemizando os conteúdos por estes apresentados.

A televisão como meio de comunicação repassa através de suas programações a violência que as crianças desde muito cedo visualizam e absorvem. E esse processo de absorção é negativo para a construção de sua personalidade.

É urgente a união de esforços que envolvam a família e a escola, é preciso que haja uma discussão para que essa realidade tão violenta e tão presente na vida de nossas crianças, não torne a geração vindoura em pessoas frias.

Educadores, pais e professores precisaram saber qual o seu papel na educação.

É preciso que os pais aprendam a ser pais e não passem seus papéis para outro, como também é preciso que os professores conheçam seu papel e não o temam e saibam se posicionar frente às dificuldades que possam e vão surgir na relação aluno, escola e família.


“Qualquer debate acerca das metas educacionais carece de significado e importância frente a essa meta: que Auschwitz não se repita. Ela foi a barbárie contra a qual se dirige toda a educação. Fala-se da ameaça de uma regressão à barbárie. Mas não se trata de uma ameaça, pois Auschwitz foi a regressão; a barbárie continuará existindo enquanto persistirem no que têm de fundamental as condições que geram esta regressão” (Adorno).


É preciso colocar, na criança hoje, valores que a possibilitem a amar, reconhecer a importância da coletividade, é preciso libertar nossas crianças de valores mecânicos e frios que poderão com o passar do tempo, se não estivermos atentos, a fazer germinar uma nova Auschwitz que seria em Adorno um retorno à barbárie.


“Suspeito que a barbárie existe em toda a parte em que há uma regressão à violência física primitiva, sem que haja uma vinculação transparente com objetivos racionais na sociedade, onde exista, portanto a identificação com a erupção da violência física. Por outro lado, em circunstâncias em que a violência conduz inclusive a situações bem constrangedoras em contextos transparentes para a geração de condições humanas mais dignas, a violência não pode sem mais nem menos ser condenada como barbárie” (Adorno).



Referências:

Textos sobre Adorno e Kant disponibilizados no ambiente ROODA.

http://www.unb.br/fe/tef/filoesco/resafe/numero004/textos/artigos_nildoviana.html

domingo, 26 de julho de 2009

O clube do Imperador

O filme apresenta a história de um professor que valoriza e muito a profissão bem como os valores morais que norteiam as suas atitudes.
Os alunos oriundos de uma sociedade burguesa estudavam numa instituição bem preparada para recebê-los.
O professor lecionava história tinha como exemplos de moral os grandes filósofos e articuladores do poder. Através desses dava verdadeiros exemplos de caráter aos seus alunos.
Nessa escola havia um concurso denominado o “Senhor Julio César”. Era um concurso realizado anualmente onde o aluno teria que passar pela prova escrita e os três alunos mais bem colocados na prova escrita passariam para a prova oral. Quem obtivesse o melhor resultado na prova oral seria o senhor Julio César.
O professor de história era o mestre de cerimônias do evento, no decorrer da rodada de questões o professor percebe que um dos alunos, ou seja, o aluno em quem havia confiado e até mesmo forjado um resultado, pois o fizera ficar entre os três colocados, o havia decepcionado e estava colando.O professor então ao dar-se conta dessa falta de caráter do seu aluno faz uma pergunta a ele que não teria como saber a resposta, pois não costumava estudar permitindo assim, que o outro aluno ganhasse o título.O aluno em questão engana sem pesar as conseqüências do seu ato, pois ao que parece, a verdade não faz parte de seus valores morais.
O professor se vê diante de um impasse ao tornar a mentira do aluno pública colocariam em risco os valores da instituição onde lecionava ao mesmo tempo em que, manter em segredo aquela mentira iria contra todos os princípios nos quais acreditava. Sua escolha foi usar de artifícios não escondendo do aluno que sabia, mas também não tornou publico o ocorrido.
Nos, enquanto professores, fazemos escolhas sempre que surge algum impasse na busca incansável de um aprendizado que prima pela moral. É preciso ter bom senso e uma visão profunda da realidade que se apresenta.

Procurando Raízes...

“É preciso fazer com que nossas crianças possam buscar a riqueza dos ancestrais, dos avós, bisavós. É preciso abrir espaço na escola para que o velho avô venha contar histórias que ele ouvia na sua época de criança e ensine e cante as cantigas de rodas. Tudo isso não como saudade de um tempo que já se foi, mas para dar sentido ao presente; para trazer a emoção de terem vivido um tempo que muito pode ensinar aos jovens modernos. Tenho certeza que isso dará um ânimo novo nos educandos e renovará o sentido de família, de pertencimento a um grupo, a um povo, a uma nação. É isso que eu sentia quando ouvia as histórias de meu avô e me fez superar minhas crises de identidade e compreender as coisas que são importantes para o meu povo. Talvez isso crie uma nova identidade para o povo brasileiro.” ( Daniel Mundurucu).

O argumento utilizado pelo autor deixa bastante claro que a busca das raízes nos faz mais responsáveis pela nossa própria existência, por que ao descobrirmos nossa ancestralidade assumimos um compromisso não somente conosco, mas a nível social e cultural.
Conhecendo-nos, somos capazes de conhecer o outro e através do outro estabelecer o vínculo social, que é a base das relações.
Conhecer as suas raízes não significa somente apossar-se de sua história, mas sim da história no geral. Dentro das salas de aula não pesquisamos, não obtemos informação com o próprio aluno sobre sua cultura, seus antepassados, não o inserimos na história.
Ao estudarmos a história do Rio Grande do Sul temos conhecimento apenas das raças que compõem o povo rio-grandense e é necessário saber mais.
É necessário saber sobre o negro sua cultura, crenças e contribuição sobre nossas raízes. É preciso buscar informações sobre os índios e toda a sua riqueza cultural, como viviam no que acreditavam e no que acreditam nos dias de hoje.
Precisamos com urgência mudar nossos conceitos, tão alienados, sobre a cultura e tradição dos povos que estão presentes dentro de nossas salas de aula, precisamos nos ver e ver nosso aluno como parte integrante da formação do nosso povo e mais urgente ainda é não deixar a tradição existente dentro de cada família dissipar-se dentro da sala de aula.
Somente conhecendo a história de cada um de nossos alunos seremos capazes de ensinar a história de cada um dos povos que nos formam. E assim o vínculo social será traçado e o senso de alteridade será reconhecido e exercitado.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Refletindo sobre Kant e Adorno

Kant afirma que o homem é o único animal que precisa ser educado, e o conceito de educação em Kant representa o cuidado, a disciplina e a instrução.

O cuidado são as preocupações que os responsáveis devem ter para que as crianças não usem a sua força de maneira nociva.

A disciplina transforma a animalidade em humanidade, dá ao homem a capacidade da razão e, é esta, que o diferenciará dos outros animais. A disciplina impedirá o homem de desviar-se da sua humanidade e o fará seguir leis, não mais leis naturais e instintivas, mas leis racionais que o farão respeitar o próximo e a viver em sociedade. Mas isso deverá ser feito muito cedo, e aí entra a escola, pois se a disciplina for dada ao homem muito tarde ele já terá sido inclinado à liberdade dos instintos e seguirá uma vida de selvageria.

Para Kant uma geração educa a outra. Pais bem orientados com certeza educarão melhor seus filhos.

Será?

Não é isto que estamos vendo hoje. Não estamos vendo os homens, em sua maioria, voltados para o bem. Estamos vendo uma geração após outra perdida, sem norte para educar a próxima geração.

Diz Kant:

“A educação, portanto, é o maior e mais árduo problema que pode ser proposto aos homens. De fato, os conhecimentos dependem da educação e esta, por sua vez, depende daqueles. Por isso a educação não poderia dar um passo à frente a não ser pouco a pouco, e somente pode surgir um conceito da arte de educar na medida em que cada geração transmite suas experiências e seus conhecimentos à geração seguinte, a qual lhes acrescenta algo de seu e os transmite à geração que lhe segue.”

O que estamos transmitindo à nossa geração?

O que estamos ensinando?

Será que estamos somente ensinando a Liberdade (e de forma muito errada)?

Os pais muito cedo permitem aos seus filhos escolherem. Passam para a criança desde a mais tenra idade a escolha das mais variadas coisas: o que vestir, o que comer, o que quer de presente seja de aniversário, Natal...

Penso que erramos aqui! A dar liberdade de escolhas a quem não tem ainda a capacidade de decidir. Uma criança deve vestir o que seu responsável acha certo, deve comer o que a família tem para oferecer em sua mesa!

E este direito à liberdade de escolha os pais querem que os filhos a use também na escola: escolhendo quem será o professor, escolhendo onde quer sentar na sala de aula...

Estamos dando uma responsabilidade muito grande a quem não tem capacidade de gerir e isto com certeza traz resultados não benéficos para a sociedade como um todo.

Os problemas surgem, pois os pais temem em assumir a educação de seus filhos e perdem a autoridade. E essa perda de autoridade dos pais em favor da autonomia da autoridade a quem não é capaz de gerenciá-la, é em Adorno uma das condições favoráveis para a perda do vínculo social. O vinculo social é o que mantém as relações entre os indivíduos.

Os meios de comunicação em massa fazem efeito sobre uma personalidade que alcançou a liberdade cultural. O fato é que o sistema escolar não basta para modificar esta realidade. A tecnologia vem através de seus atrativos transformar o homem em alguém incapaz de amar, pois o indivíduo ao ver essa tecnologia como algo essencial, coloca-a como fundamental em sua vida.

A televisão como meio de comunicação repassa através de suas programações a violência que as crianças desde muito cedo visualizam e absorvem. E esse processo de absorção é negativo para a construção de sua personalidade. Para que essa realidade não torne a geração vindoura em pessoas frias, como hoje vemos essa geração de adolescentes extremamente consumista e agressiva, é preciso colocar, na criança hoje, valores que a possibilitem a amar, libertando-as de valores mecânicos e frios que poderão com o passar do tempo, se não estivermos atentos, a fazer germinar uma nova Auschwitz.

Flores e Flowers

Sobre Mim

Sou alguém em busca de conhecimento e aperfeiçoamento, tanto na área profissional quanto pessoal.

  © Blogger Template by Emporium Digital 2008

Back to TOP